A sexta edição do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE), que será entre os dias 24 e 26 de novembro de 2014, no Campus Bagé da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). O evento trará a proposta de mostrar produções acadêmicas e científicas a partir da temática central "Explore novos horizontes do saber".
Confira a seguir alguns dos trabalhos apresentados pelos discentes do Grupo de Pesquisa NEPE² e as respectivas autorias:
Salão de Pesquisa:
Fernanda Severo Dall Asta, Luciane Rumpel Segabinazzi, Isabel Maria Back, Iuri Castro de Rosso, Frederico Barroggi dos Anjos, Juan Saavedra Del Aguila
Resumo A cultivar 'Chardonnay' é referência no estado do Rio Grande do Sul, principalmente pelo destaque na elaboração e produção de espumantes e vinhos tranquilos. A reutilização de resíduos enológicos provenientes das vinificações é um tema ainda pouco estudado, principalmente quanto ao uso e descarte inadequado dos resíduos. O bagaço de uva é composto de cascas e sementes, e no caso das uvas brancas, rico em açúcares por não passarem pelo processo de fermentação. Neste intuito, o uso de resíduos vitivinícolas em receitas culinárias pode ser uma solução ambiental e colabora no desenvolvimento de novos produtos utilizando baixo custo. Baseado nisso, objetivou-se com esse estudo, avaliar a composição química de bolos desenvolvidos com farinha de resíduo enológico de uva Chardonnay, em substituição a farinha de trigo convencional. Foram elaborados dois bolos por tratamento, sendo um tratamento controle (sem adição de farinha de bagaço de uva) e outro substituindo 30% da farinha convencional pela farinha de bagaço de uva (FBU). Para a obtenção da FBU as uvas passaram por prensagem em prensa pneumática, pesagem e logo após foram submetidas à secagem em estufa durante 3 dias a temperatura constante de 60ºC. Após a secagem as amostras foram moídas em moinho de facas tipo Willey para posterior análise laboratorial. As análises químicas dos bolos foram realizadas no laboratório de Bromatologia da UNIPAMPA Campus Dom Pedrito-RS, sendo obtidos os valores de matéria seca (MS), cinzas (MM), proteína bruta (PB), fibra (FB), extrato etéreo (EE), glicídios totais (GT) e valor energético (kcal/100g) dos alimentos. A inclusão de FBU promoveu aumento de 2,19 vezes no teor de cinzas e elevou em 12,5 e 23,14% o teor fibra insolúvel e proteína, respectivamente. A inclusão de FBU também reduziu o teor de EE (11,81 vs 6,38), refletindo na redução do valor energético do alimento (272,27 vs 256,77 kcal/100g de MS). Com estes dados, conclui-se que a substituição da farinha de trigo convencional pela farinha integral de bagaço de uva da cultivar Chardonnay ao nível de 30% além de ser uma alternativa sustentável com o reaproveitamento de resíduos da indústria vitivinícola, promove melhorias no nível nutricional dos alimentos.
REGULADORES VEGETAIS NA PÓS COLHEITA DE UVA FINA DE MESA ITÁLIA
Fabiane Corrêa de Almeida, Juan Saavedra Del Aguila, Sabrine Maria Ferreira, Jessicka Fernanda Lopes de Camargo Cham, Bruna Laís Ham
Resumo Utilizadas para consumo in natura ou até mesmo como decoração, as uvas de mesa devem apresentar características que assegurem o interesse de compra do consumidor. O presente trabalho objetivou avaliar a ação de reguladores vegetais na pós-colheita de uvas finas de mesa da cultivar Itália. As uvas foram colhidas em um vinhedo comercial da cidade de Canguçu, RS, Brasil e cuidadosamente transportadas para a Universidade. O experimento foi desenvolvido pelo Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Enologia (NEPE²), da UNIPAMPA Campus Dom Pedrito. Os tratamentos foram: T1 - água destilada (controle); T2 - 500 ppb de 1-metilciclopropeno [1-MCP (12 h à 20°C)]; T3 10 µM de ácido salicílico e; T4 100 ppm de etileno. As avaliações foram realizadas no dia da colheita (caracterização dia zero) e, aos 7 e 14 dias de armazenamento controlado a 18°C. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, sendo que cada tratamento teve 3 repetições, e cada repetição foi constituído de 3 cachos (aproximadamente 2 kg). Utilizando análise físico-química pela técnica de espectrômetria de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) no equipamento WineScan, avaliou-se: relação glucose/frutose; absorbância em 420 nanômetro e o teor de ácido málico. Observou-se ao longo dos sete primeiros dias de experimento um aumento significativo na concentração de glucose/frutose entre todos os tratamentos, porém teve maior destaque nos tratamentos com etileno (T4) e ácido salicílico (T3), por outro lado, aos quatorze dias a concentração decaiu em todos os tratamentos, sendo maior nas uvas tratadas com etileno. A variável absorbância em 420, responsável pela quantificação da coloração amarelada do mosto, mostrou-se menor nas uvas com ácido salicílico ao longo de todo experimento, já o (T4) apresentou índice maior de escurecimento do mosto ao final do trabalho. O ácido málico manteve-se inalterado nas uvas do tratamento com etileno (T4), porém, nos demais tratamentos sofreu um significativo decréscimo, sendo ainda maior no tratamento com ácido salicílico (T3). Conclui-se que a aplicação de 10 µM de ácido salicílico na pós-colheita de uvas finas de mesa Itália, contribui numa maior concentração de glucose/frutose, inibe o amarelecimento excessivo do mosto e diminui o teor de ácido málico, favorecendo o consumo do produto.
EFEITO DO USO DE REGULADORES VEGETAIS E ARMAZENAMENTO REFRIGERADO NO CONTROLE DA SENESCÊNCIA E PODRIDÃO NA PÓS-COLHEITA DE ¬¬UVA RUBI
Jessicka Fernanda Lopes de Camargo Cham, Juan Saavedra Del Aguila
Resumo Apesar do Brasil ser o terceiro maior produtor de frutas no mundo, com cerca de 40 milhões de toneladas ano-¹, boa parte desta produção apresenta índices elevados de perdas pós-colheita, estimados em 40% no país. Estas perdas decorrem de inúmeros fatores, dentre eles destacam-se as doenças pós-colheita (Viana et al, 2003). Normalmente as doenças pós-colheita refletem os fatores que ocorreram em pré-colheita, como as condições climáticas desfavoráveis da região produtora e tratos culturais incorretos agravadas por fatores durante a colheita e na pós-colheita, devido ao transporte, manuseio, embalagem e armazenamento inadequados (Sommer, 1982; Snowdown, 1990). A aplicação exógena de fitormônios, como o ácido giberélico (AG) é conhecida por retardar os processos metabólicos responsáveis pelo envelhecimento dos tecidos dos frutos, o que mantém a sua boa aparência. O emprego do 1-MCP (1-metilciclopropeno) em pós-colheita é reconhecido por bloquear a ação do etileno, porém não há muitos estudos da sua aplicação em uva fina de mesa Rubi; por outro lado o resfriamento em temperaturas abaixo de 20°C também auxilia a reduzir à ação do etileno nos processos associados à senescência dos frutos. Neste contexto, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes reguladores vegetais na pós-colheita de uva Rubi. O experimento foi realizado pelo Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Enologia (NEPE²), na UNIPAMPA-Campus Dom Pedrito; foram utilizadas uvas da cv. Rubi, oriundas da cidade de Canguçu-RS. Os tratamentos foram: T1: água destilada (controle), T2: 500 ppb de 1-metilciclopropeno (1-MCP), T3: 10 ppm de ácido giberélico (AG) e, T4: 100 ppm de etileno (C2H4). Após a aplicação dos tratamentos, os frutos foram armazenados a 18ºC, sendo que as avaliações aconteceram no início do experimento (caracterização dia zero) e, no 7º e 14º dia de experimentação. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com 4 tratamentos e 3 repetições por tratamento, sendo que cada repetição foi composta por 2 kg de uva. Avaliou-se: incidência de podridões; índices de escurecimento de engaço; sólidos solúveis totaais - SS - (ºBrix) e ácido Glucônico. Em relação à incidência de podridões, os frutos do T1 (controle) e do T4 (C2H4), foram os que apresentaram significativamente as maiores médias, ressalta-se que até o 7º dia de experimentação, os tratamentos T2 (1-MCP) e T3 (AG) mantiveram níveis baixos e controlados de incidências de podridões; 1 semana seria tempo mais que suficiente para comercializar estes frutos no mercado varejista. No índice de escurecimento do engaço, obteve-se que T4 (C2H4), seguido de T3 (AG) obtiveram os maiores índices após 14 dias de armazenamento, como esperado o T4 (C2H4), acelerou a desidratação e senescência do engaço. Os SS (ºBrix) - uma medida indireta do teor de açúcares dos frutos, foram maiores no tratamento T4 (C2H4), em contrapartida os outros tratamentos não apresentaram diferenças estatísticas. Quanto a presença de acido glucônico, presente em uvas atacadas por podridão, também não apresentaram diferenças estatísticas. Conclui-se, que o 1-MCP e o AG quando combinados com a refrigeração a 20°C podem auxiliar na manutenção da qualidade pós-colheita de uvas finas de mesa Rubi.
Pós-colheita de uva fina de mesa Elegante Rosa tratada com reguladores vegetais
Bruna Laís Hamm, Juan Saavedra Del Aguila, Fabiane Corrêa de Almeida, Angela Pereira Dachi, Jéssicka Fernanda Lopes de Camargo Cham
Resumo A uva apresenta padrão respiratório de um fruto não-climatérico, o qual significa que este fruto não amadurece após ser colhido, é por esta razão que se sugere colher as uvas de mesa com sólidos solúveis de pelo menos 14ºBrix, garantindo a qualidade da mesma. Por outro lado, o hormônio vegetal Etileno (C2H4) influencia também a pós-colheita de frutos não-climatéricos, por este motivo o manejo da produção (biossíntese) e efeito do etileno (ação) ao longo da pós-colheita da uva é fundamental para garantir a qualidade das uvas na mesa do consumidor. Dentro dos reguladores vegetais que se tem a disposição no mercado para manejar o etileno, temos os ácidos giberélico e salicílico, o primeiro como inibidor do etileno e, o segundo por estar relacionado a redução da atividade da ACC oxidase, enzima formadora do etileno. Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes reguladores vegetais na pós-colheita da uva Elegante Rosa, o presente trabalho com uvas Elegante Rosa da cidade de Canguçu, RS, Brasil foi desenvolvido pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Enologia (NEPE²), da UNIPAMPA Campus Dom Pedrito. Utilizou-se uvas Elegante Rosa da Cidade de Canguçu, RS, Brasil. Os tratamentos foram: T1 = água destilada (controle); T2 = 10 ppm de ácido giberélico (AG) T3 = 10 µM de ácido salicílico e; T4 = 500 ppb de C2H4. Após os tratamentos os frutos foram armazenados por 14 dias a 18ºC, sendo que as avaliações foram realizadas no dia da colheita (caracterização dia zero) e, no 7º e 14º dia de armazenamento controlado.O delineamento experimental utilizado foi casualizado, sendo que cada tratamento teve 3 repetições, e cada repetição foi constituído de 3 cachos . As avaliações foram feitas através da análise físico-química pela técnica de espectrometria de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) no equipamento WineScan. As variáveis analisadas foram as seguintes: ácido glucônico, pH e ácido málico. O ácido glucônico é indicador de podridão no fruto, durante o experimento os tratamentos com ácido giberélico (T2) e ácido salicílico (T3), foram os que apresentaram menores índices, no entanto, o tratamento com etileno obteve alta concentração ao final do trabalho. Observou-se que o pH em todos os tratamentos teve aumento significativo, porém, os tratamento com ácido salicílico (T3) e etileno (T4) apresentaram pH mais baixo, mediante aos outros tratamentos. O ácido málico teve uma queda ao longo dos 14 dias de experimento, sendo maior no tratamento com ácido giberélico (T2). Conclui-se que o uso de reguladores como o ácido giberélico e ácido salicílico proporcionam maior resistência à podridão, mantém um pH mais baixo e reduz o ácido málico do fruto.
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